Fazer festa é muito bom. Quando é para a criançada, ainda melhor. Mas em São Paulo mudaram as regras nas casas de festa, os chamados bufês infantis. Isso aconteceu depois que uma engenheira morreu ao cair de uma mini-montanha-russa que funcionava em uma casa de festas sem qualquer tipo de fiscalização.

Agora a prefeitura passou a exigir que os brinquedos tenham laudos de inspeção, mas só vai começar a fiscalizar daqui a três meses. Enquanto isso, a prefeitura quer que os pais façam denúncias.

As festas da criançada acontecem com brinquedos. “Festa com brinquedo é mais legal”, comenta Lucas Hessel, de 6 anos. “A gente consegue se divertir”, completa Isaac Kikuchi, também de 6 anos.

Para o adulto não é só diversão, ainda mais quando se tem no aniversário uma tiroleza de três metros de altura. “A gente fica ligado e fica olhando. Não pode perder de vista”, lembra o analista Gabriel Sanches Kikuchi.

“Tem de pensar muito bem onde você vai fazer, ter referências e ficar sempre antenado para ver se não teve nenhum tipo de problema”, aconselha o propagandista Marcelo Viana, pai do aniversariante.

Em São Paulo, para começar ou continuar funcionando, as casas de festa, também conhecidas como bufês infantis, vão ter de apresentar laudos técnicos dos brinquedos. Um engenheiro terá de ser contratado para analisar equipamento por equipamento. Ele vai verificar as condições e a instalação de cada brinquedo. Os laudos terão de ser renovados de seis em seis meses.

A prefeitura diz que na cidade existem mais 1,2 mil bufês. Durval da Silva, que é dono de um deles, calcula que vai gastar mais, mas acha a regulamentação necessária. “De repente, vale até como uma garantia para o cliente você trabalhar normatizado e na regra. Acho que é legal e viável. É bem-vinda essa ideia”, diz Durval da Silva.

Os laudos precisam ficar perto dos brinquedos e em um lugar bem visível. Assim, os pais que fazem festas nesses locais vão poder verificar a segurança dos brinquedos.

“Deverá estar especificado naquele brinquedo a altura, peso e até mesmo a idade das crianças para determinados brinquedos. É muito importante termos denúncias e sugestões dos usuários”, afirma Ronaldo Camargo, secretário de coordenação das Subprefeituras de São Paulo.

Outras capitais também contam com normas para a instalação de brinquedos em casas de festas. Em Belo Horizonte, os equipamentos precisam do laudo de um engenheiro para funcionar. A validade do documento é de um ano. É o mesmo prazo para as vistorias nas casas de festas de Curitiba. Em Porto Alegre, os fiscais só atuam quando há reclamações.

Antes da festinha de Lucas, em São Paulo, a mãe fiscalizou as condições do bufê. “Eles correm, brincam e não estão nem aí para o perigo. A gente tem de se preocupar com isso”, conta a professora Heloísa Maria Hessel.

Daqui a três meses, se as normas não forem seguidas, os brinquedos vão ser interditados e lacrados. As exigências valem também para shoppings que têm brinquedos e para parques de diversão itinerantes. É mais um caso do poder público correndo para regulamentar uma prática, que é corrente e já existe há muito tempo.